quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Tenho um Blog!

Hoje chegou uma notificação no email para arrumar algumas configurações do blog e tals, daí eu nem lembrava tanto que eu tinha um blog, e lembrava menos ainda de mexer em configurações, ignorei a manhã inteira esse fato, até agora de noite, após um dia produtivo de atividades pelo sarau, abri o computador e vim fuçar no blog.
Engraçado que semana passada após uma conversa com Miriam Alves, fiquei pensando no que eu estava fazendo de relevante na literatura... Pensei no que eu escrevo, quando escrevo, se isso me sacia, me faz gozar, eu fiquei e estou com mil e todas indagações ao meu respeito, até chegar numa conclusão óbvia que eu deveria parar com tudo, inclusive de fazer pose pra uma coisa que não carrega glamour nenhum. Eu posso ser um destaque na minha vila Santa Terezinha, na minha família, um destaque de mulher preta que escreve e que conseguiu publicar um ou dois livros, isso por muito tempo foi um orgulho pra mim, mas a onda de se destacar e usar todo esse fardo ao meu favor pra conseguir voar junto com abutres me brochou e eu não consegui criar essas asas.

Minhas asas se deram quando rompi comigo e com a ansia de querer ser e estar na fina passarela da representatividade, mas pra isso eu teria que contar mentiras, e eu desisti, prefiro ser mentirosa só na literatura, na vida, ja me basta as mentiras que vivo.
Isso não faz de mim uma pessoa melhor, só me faz a Raquel, que não sustenta ser um personagem, uma mulher, mãe de pré adolescente, desempregada, que ainda sonha, mesmo sabendo que sonhos não enchem barriga e nem paga aluguel. Eu desenrolo pouco, poderia me dedicar mais a escrita, eu tenho mil coisas na cabeça, sou daquelas que fantasia, constrói na cuca as frases, os parágrafos, os enredos, rio sozinha das estórias que crio, eu sou meu HD. O livro matéria pra mim será sempre uma consequência, daí se diz, não se faz escritor sem escrever ou sem publicar livros, a sorte é que eu transito em lugares e com pessoas que me legitimam mesmo sem esses artefatos.

Pensando também que está aqui(blog) é uma ferramenta ultrapassada que ninguém acessa, decidi usar novamente esse recurso pra escrever um pouco, não abandonando o bom e velho caderninho de sempre, sabendo que tem coisas que ficaram só na tinta da caneta mesmo.
Penso que o meu caminho pode ser o inverso de tudo que está posto, e não será a primeira vez que andarei na contra-mão, tudo é vivo e latente, independente das vias que escolhemos trilhar, e se o caminho é meu, farei do meu jeito rústico de sempre. É como se dar novas chances, e eu estou na cota de se permitir sem sobrecargas, e num dialogo constante comigo de como sobreviver nesse universo.
Talvez amanhã, ou depois de amanhã eu volte aqui na tela e escreva mais, ou me volte ao caderno cheia de varias outras inquietações, isso será minha fórmula, aquela, mágica, que ninguém bota fé, mas que eu sigo procurando, que sabe um dia encontre.

Raquel Almeida

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